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Afinal, o que é a Comunicação Não-Violenta?

A Comunicação Não-Violenta (CNV) é uma abordagem desenvolvida por Marshall Rosenberg, psicólogo americano, nos anos 1960. Inspirada pelos ensinamentos de Gandhi e pela psicologia humanista, a CNV visa transformar a maneira como nos comunicamos, promovendo o entendimento e a empatia nas interações humanas.

Criador da Comunicação Não-Violenta
Marshal Rosemberg, pai da CNV

A Comunicação Não-Violenta (CNV) é fundamentada em quatro pilares principais: observação, sentimento, necessidade e pedido. Esses pilares atuam como guias para uma comunicação clara e empática, permitindo que as interações sejam mais autênticas e menos reativas. Cada um deles desempenha um papel crucial na construção de um diálogo que promove entendimento e respeito mútuo.


1. Observação: O primeiro pilar, observação, envolve perceber o que está acontecendo sem emitir julgamentos ou avaliações. É a capacidade de descrever os fatos de forma objetiva, sem adicionar interpretações pessoais. 


Exemplo 1: Em vez de dizer “Você está sempre atrasado”, uma observação seria: “Notei que você chegou 15 minutos depois do horário combinado nas últimas três reuniões”. 


Exemplo 2: Ao invés de afirmar “Você nunca me ouve”, uma observação neutra seria: “Durante nossa conversa, você olhou para o seu celular várias vezes”.


2. Sentimento: O segundo pilar, sentimento, refere-se à expressão dos nossos sentimentos em resposta ao que observamos. Essa etapa nos ajuda a comunicar nossas emoções de forma clara e honesta. 


Exemplo 1: Após a observação sobre os atrasos, podemos dizer: “Fico frustrado quando os horários não são respeitados”. 


Exemplo 2: Referente ao uso do celular, podemos expressar: “Sinto-me ignorado quando isso acontece durante nossa conversa”.


3. Necessidade: O terceiro pilar é identificar e expressar as necessidades subjacentes aos nossos sentimentos. Isso nos permite conectar nossas emoções a necessidades humanas universais, como respeito, segurança ou conexão. 


Exemplo 1: “Eu preciso de mais comprometimento com os horários para que possamos avançar nos projetos”. 


Exemplo 2: “Tenho a necessidade de sentir que estou sendo ouvido e valorizado em nossas conversas”.


4. Pedido: Finalmente, o quarto pilar é o pedido. Aqui, formulamos um pedido claro e específico para atender às nossas necessidades, sem exigir ou coagir. 


Exemplo 1: “Você pode se comprometer a chegar no horário nas próximas reuniões?” 


Exemplo 2: “Poderia, por favor, guardar o celular enquanto conversamos para que possamos nos concentrar?”


Utilizando os 4 Pilares: Uma conversa aplicando os quatro pilares da CNV poderia ser assim: “Notei que você chegou 15 minutos depois do horário nas últimas reuniões (observação). Fico frustrado com isso (sentimento), pois preciso que o tempo seja respeitado para que possamos avançar nos projetos (necessidade). Você poderia se comprometer a chegar no horário nas próximas reuniões? (pedido)”.


Dessa forma, a comunicação torna-se mais clara e assertiva, promovendo um diálogo que favorece o entendimento mútuo e a resolução de conflitos de maneira construtiva.


Aplicar a Comunicação Não-Violenta (CNV) na prática pode parecer um desafio, especialmente quando há a percepção de que seguir os quatro pilares (observação, sentimento, necessidade e pedido) pode tornar o diálogo mecânico ou artificial. No entanto, a chave para evitar essa armadilha é praticar a CNV de maneira natural, integrando os princípios à sua forma de comunicar, em vez de simplesmente seguir uma fórmula rígida. Ao internalizar os conceitos da CNV, é possível utilizá-los de forma fluida, adaptando-os ao contexto e ao seu estilo pessoal de comunicação.

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